“Liderança e Ambição: Pedro Andrade Apresenta a Visão para o Futuro do F.C. Paços de Ferreira”

ENTREVISTA COM PEDRO ANDRADE, CANDIDATO À PRESIDÊNCIA DO FC PAÇOS DE FERREIRA

«O momento do Paços exige união e responsabilidade»

“A ATUAL DIREÇÃO TEM A RESPONSABILIDADE DE CONCLUIR O MANDATO PARA O QUAL FOI ELEITA PELOS SÓCIOS DO F.C. DE PAÇOS DE FERREIRA. PARA AS PRÓXIMAS DUAS ÉPOCAS DESPORTIVAS, A DIREÇÃO QUE AGORA SE CANDIDATA APRESENTA UM PROJETO SÓLIDO E A CORAGEM NECESSÁRIA PARA ENFRENTAR OS DESAFIOS FUTUROS.” – Pedro Andrade

1. O que o levou a oficializar agora a sua candidatura, depois de ponderar a decisão em 2023?
A decisão de avançar para as épocas 25-26 e 26-27 foi amadurecida ao longo dos últimos meses, sempre com um pensamento estruturado sobre o futuro do Futebol Clube de Paços de Ferreira. Em 2023, considerei a hipótese de me candidatar, mas acreditei que alguma coisa iria mudar, face ao fracasso desportivo que o clube atravessava, aliado ao fracasso financeiro. Além disso, a prontidão com que o atual Presidente se mostrou candidato, fez-me acreditar realmente que poderiam haver soluções. Mas, a meio do segundo ano de mandato da atual direção, percebemos que nada, ou quase nada, se alterou. Aliás, tudo piorou. O clube atravessa um período de incerteza e acredito que é fundamental recuperar a estabilidade financeira e desportiva com uma liderança preparada para tomar decisões fortes e estratégicas. Tenho a certeza que a atual direção tem a responsabilidade de concluir o mandato para o qual foi eleita pelos sócios do Futebol Clube de Paços de Ferreira. Para as próximas duas épocas desportivas, a direção que agora se candidata apresenta um projeto sólido e a coragem necessária para enfrentar os desafios futuros.

2. Afirma que o P. Ferreira precisa de um novo rumo. Quais são as principais mudanças que pretende implementar no clube?
O projeto desta candidatura assenta na recuperação da estabilidade financeira e organizacional do clube, na união entre sócios, adeptos e toda a comunidade pacense e na construção de uma equipa competitiva, mas realista, dentro de um modelo desportivo dinâmico.
Para atingir esses objetivos, propomos medidas concretas, como a realização de uma auditoria independente, a renegociação de dívidas, a captação de novas receitas e a reestruturação da gestão do clube. No plano desportivo, a aposta passará pela profissionalização do scouting (que inexplicavelmente se perdeu) e por um modelo de captação de jogadores que privilegie a qualidade e a sustentabilidade financeira.

“O IMPORTANTE É QUE TODOS PARTILHAM DO MESMO OBJETIVO: DEVOLVER AO PAÇOS A FORÇA E A ESTABILIDADE QUE MERECE. NEM QUE, PARA ISSO, SEJA PRECISO “VESTIR O FATO MACACO” – Pedro Andrade

3. Que apoios já conseguiu para a candidatura? Na sua lista constam nomes relevantes de pessoas ligadas ao clube no passado? Se sim, já as pode tornar públicas?
A candidatura conta com o apoio de muitos sócios que reconhecem a necessidade de uma nova abordagem na gestão do Paços. Foi reunida uma equipa de profissionais e pacenses dedicados, que trarão conhecimento e experiência em diversas áreas fundamentais para o clube. No momento certo, serão divulgados os nomes que farão parte da equipa diretiva. O importante é que todos partilham do mesmo objetivo: devolver ao Paços a força e a estabilidade que merece. Nem que, para isso, seja preciso “vestir o fato macaco”.

4. A estabilidade financeira é um dos seus objetivos centrais. Que medidas concretas tem em mente para alcançar essa meta?
A primeira etapa será fazer um diagnóstico completo da situação financeira, seguido de um plano de reequilíbrio realista. Entre as medidas propostas, destacam-se a renegociação de dívidas com credores, a redução de despesas não essenciais, a captação de receitas alternativas, como o arrendamento de espaços no estádio e a venda do naming do Estádio, e a implementação de uma auditoria independente, garantindo transparência e comunicação clara aos sócios.

5. Mencionou a profissionalização de várias áreas sem aumento de custos. Como pretende equilibrar essa equação?
A profissionalização não implica necessariamente um aumento de despesas em todos os setores. O modelo proposto passa por reestruturar os departamentos existentes e apoiar esses mesmos departamentos com pessoas altamente capacitadas da direção. Com uma gestão mais eficiente, será possível melhorar os serviços sem criar um aumento insustentável da estrutura de custos.

6. Defende um modelo de gestão baseado numa SDUQ ou numa SAD? Porquê?
A prioridade é garantir que o FC Paços de Ferreira tenha uma estrutura de gestão que respeite a sua identidade e os seus sócios. O modelo de SDUQ permite ao clube manter o controlo sobre as decisões estratégicas. No entanto, reconhece-se que o futuro do futebol exige soluções dinâmicas. Qualquer alteração de modelo deve ser debatida com os sócios e tomada com responsabilidade, evitando decisões precipitadas que coloquem em risco a autonomia do Paços ou a sua viabilidade financeira. Decisões precipitadas e desrespeitosas para com os sócios, levaram a uma “não solução” num passado bem recente, que põe neste momento o clube num estado deplorável.

“O OBJETIVO É DEVOLVER AO FC PAÇOS DE FERREIRA UM PROJETO DESPORTIVO COMPETITIVO E REALISTA” – Pedro Andrade

7. Quais são as ambições desportivas para o futuro do Paços de Ferreira? A luta pela subida à Primeira Liga está nos planos a curto/médio prazo?
O objetivo é devolver ao FC Paços de Ferreira um projeto desportivo competitivo e realista. A subida à Primeira Liga é uma ambição natural, mas para ser alcançada de forma sólida, é necessário garantir primeiro a estabilidade financeira e organizacional.
No curto prazo, será construída uma equipa equilibrada, através de um modelo de scouting eficiente e de uma gestão de ativos inteligente. O sucesso desportivo deve ser sustentado por bases sólidas, para que, quando o Paços subir, esteja preparado para permanecer e consolidar-se entre os melhores. Neste momento, o Paços precisa de fazer muito com pouco.

8. A formação será uma prioridade na sua gestão. Que alterações considera essenciais para valorizar os jovens talentos do clube?
A formação é um pilar essencial para o futuro do Paços. O modelo proposto inclui a criação de uma gestão autónoma da formação, garantindo um modelo eficiente e estruturado, a melhoria das condições de trabalho dos escalões jovens, proporcionando um ambiente propício ao desenvolvimento dos talentos, e a integração progressiva dos jogadores da formação na equipa principal, reforçando a identidade do clube.
O objetivo é que a formação seja uma verdadeira mais-valia desportiva e financeira para o clube. Para isso, é preciso respeitar quem nela trabalha.

9. Como vê o atual momento do P. Ferreira e que mensagem gostaria de deixar aos adeptos e sócios?
O momento do Paços exige união e responsabilidade. A prioridade é recuperar a estabilidade e devolver aos adeptos o orgulho no clube. Esta candidatura representa um caminho de trabalho e soluções concretas para reerguer o Paços, garantindo que as decisões tomadas hoje terão um impacto positivo no futuro.
O apelo vai para todos os pacenses: é necessário unir esforços para recuperar a grandeza do Paços. A história do clube fala por si, e o futuro depende da capacidade de agir com estratégia, coragem e compromisso.

“ESTE DESAFIO NÃO SE TRATA DE UMA PESSOA, MAS SIM DE UM PROJETO. O PAÇOS PRECISA DE UMA ESTRUTURA FORTE, COM CAPACIDADE DE DECISÃO E VISÃO DE LONGO PRAZO” – Pedro Andrade

10. Referiu que assumir a presidência será “o maior desafio” da sua vida. Como concilia essa responsabilidade com a sua vida pessoal e profissional?
A presidência do Paços será um compromisso total. A responsabilidade assumida nesta candidatura é encarada com a máxima dedicação e seriedade. A gestão do clube será feita com uma equipa preparada para partilhar responsabilidades e assegurar que todas as áreas são geridas com competência e visão estratégica.
Este desafio não se trata de uma pessoa, mas sim de um projeto. O Paços precisa de uma estrutura forte, com capacidade de decisão e visão de longo prazo. A prioridade será sempre o futuro do clube e a construção de um Paços mais forte, dinâmico e competitivo. O Paços é, neste momento, um “doente a caminhar para uma fase terminal”, precisa de todas as pessoas que o queiram ajudar, para o reerguer.

Grande entrevista á Gazeta de Paços de Ferreira (Edição nº 2638, 13 março  2025)

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